Compartilhar
Informação da revista
Vol. 84. Núm. 6.
Páginas 677-686 (Novembro - Dezembro 2018)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Visitas
5928
Vol. 84. Núm. 6.
Páginas 677-686 (Novembro - Dezembro 2018)
Artigo especial
Open Access
Anatomical terminology of the internal nose and paranasal sinuses: cross‐cultural adaptation to Portuguese
Terminologia anatômica nasossinusal: adaptação transcultural para o português
Visitas
5928
Thiago Freire Pinto Bezerraa,b,
Autor para correspondência
oto@thiagobezerra.com

Autor para correspondência.
, Aldo Stammc, Wilma Teresinha Anselmo‐Limad, Marco Aurélio Fornazierie,f, Nelson D’Ávila Melog, Leonardo Balsalobrec, Geraldo Pereira Jotzh, Henrique Zaquia Leãoh, André Alencar Araripe Nunesi, Alexandre Felippuj, Antonio Carlos Cedink, Carlos D. Pinheiro‐Netol, Diego Lima Oliveiram, Eulalia Sakanon, Eduardo Macoto Kosugio, Elizabeth Araújoh, Fabiana Cardoso Pereira Valerad, Fábio de Rezende Pinnab, Fabrizio Ricci Romanob, Francine Grecco de Melo Páduap..., Henrique Faria Ramosq, João Telles Jr.r, Leonardo Conrado Barbosa de Sár, Leopoldo Marques D’Assunção Filhoa, Luiz Ubirajara Sennesb, Luis Carlos Gregórioo, Marcelo H. Sampaion, Marco César Jorge dos Santoss, Marco Francat, Marcos Mocellinu,s, Marcus Miranda Lessav, Melissa Ameloti G. Avelinow, Miguel Tepedinor,x, Nilvano Alves de Andradey, Otavio B. Piltcherh, Renato Roithmannz, Renata Mendonça Pilanb, Roberto Campos Meirelesaa, Roberto Eustáquio Guimarãesbb, Rodrigo de Paula Santoso, Rogério Pezatob,o, Shirley Pignatario, Tatiana Telles Abdob, Victor Nakajimacc, Washington Almeidadd, Richard L. VoegelsbVer más
a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Recife, PE, Brasil
b Universidade de São Paulo (USP), Faculdade de Medicina (FM), São Paulo, SP, Brasil
c Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Centro de Otorrinolaringologia e Fonoaudiologia (COF), São Paulo, SP, Brasil
d Universidade de São Paulo (USP‐RP), Faculdade de Medicina (FM), Ribeirão Preto, SP, Brasil
e Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil
f Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC‐PR), Londrina, PR, Brasil
g Universidade Tiradentes (Unit), Aracaju, SE, Brasil
h Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil
i Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
j Instituto Felippu de Otorrinolaringologia e Base do Crânio, São Paulo, SP, Brasil
k Beneficência Portuguesa de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
l Albany Medical Center, Albany, NY, EUA
m Hospital Memorial Arthur Ramos (HMAR), Maceió, AL, Brasil
n Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP, Brasil
o Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Escola Paulista de Medicina (EPM), São Paulo, SP, Brasil
p Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, SP, Brasil
q Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Vitória, ES, Brasil
r Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Faculdade de Ciências Médicas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
s Instituto Paranaense de Otorrinolaringologia, Curitiba, PR, Brasil
t Faculdade de Enfermagem e Medicina Nova Esperança (Famene), João Pessoa, PB, Brasil
u Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil
v Universidade Federal da Bahia (UFBA), Faculdade de Medicina, Salvador, BA, Brasil
w Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia, GO, Brasil
x Policlínica Botafogo, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
y Fundação Bahiana para Desenvolvimento das Ciências, Salvador, BA, Brasil
z Universidade Luterana do Brasil, Faculdade de Medicina, Porto Alegre, RS, Brasil
aa Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
bb Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
cc Universidade Estadual Paulista (Unesp), Botucatu, SP, Brasil
dd Hospital Otorrinos de Feira de Santana, Feira de Santana, BA, Brasil
Ver más
Conteúdo relacionado
Thiago Freire Pinto Bezerra, Aldo Stamm, Wilma Teresinha Anselmo‐Lima, Marco Aurélio Fornazieri, Nelson D’Ávila Melo, Leonardo Balsalobre, Geraldo Pereira Jotz, Henrique Zaquia Leão, André Alencar Araripe Nunes, Alexandre Felippu, Antonio Carlos Cedin, Carlos D. Pinheiro‐Neto, Diego Lima Oliveira, Eulalia Sakano, Eduardo Macoto Kosugi, Elizabeth Araújo, Fabiana Cardoso Pereira Valera, Fábio de Rezende Pinna, Fabrizio Ricci Romano, Francine Grecco de Melo Pádua, Henrique Faria Ramos, João Telles Jr., Leonardo Conrado Barbosa de Sá, Leopoldo Marques D’Assunção Filho, Luiz Ubirajara Sennes, Luis Carlos Gregório, Marcelo H. Sampaio, Marco César Jorge dos Santos, Marco Franca, Marcos Mocellin, Marcus Miranda Lessa, Melissa Ameloti G. Avelino, Miguel Tepedino, Nilvano Alves de Andrade, Otavio B. Piltcher, Renato Roithmann, Renata Mendonça Pilan, Roberto Campos Meireles, Roberto Eustáquio Guimarães, Rodrigo de Paula Santos, Rogério Pezato, Shirley Pignatari, Tatiana Telles Abdo, Victor Nakajima, Washington Almeida, Marcio Nakanishi, Richard L. Voegels
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Resume
Texto Completo
Bibliografia
Baixar PDF
Estatísticas
Figuras (1)
Tabelas (1)
Tabela 1. Resultados final de termos que foram sugeridos e a frequência de votação dos três termos votados
Abstract
Introduction

Functional endonasal endoscopic surgery is a frequent surgical procedure among otorhinolaryngologists. In 2014, the European Society of Rhinology published the “European Position Paper on the Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses”, aiming to unify the terms in the English language. We do not yet have a unified terminology in the Portuguese language.

Objective

Transcultural adaptation of the anatomical terms of the nose and paranasal cavities of the “European Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses” to Portuguese.

Methods

A group of rhinologists from diverse parts of Brazil, all experienced in endoscopic endonasal surgery, was invited to participate in the creation of this position paper on the anatomical terms of the nose and paranasal sinuses in the Portuguese language according to the methodology adapted from that previously described by Rudmik and Smith.

Results

The results of this document were generated based on the agreement of the majority of the participants according to the most popular suggestions among the rhinologists. A cross‐cultural adaptation of the sinonasal anatomical terminology was consolidated. We suggest the terms “inferior turbinate”, “nasal septum”, “(bone/cartilaginous) part of the nasal septum”, “(middle/inferior) nasal meatus”, “frontal sinus drainage pathway”, “frontal recess” and “uncinate process” be standardized.

Conclusion

We have consolidated a Portuguese version of the European Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses, which will help in the publication of technical announcements, scientific publications and the teaching of the internal anatomical terms of the nose and paranasal sinuses in Brazil.

Keywords:
Cross‐cultural adaptation
Anatomy
Nose
Paranasal sinus
Consensus
Resumo
Introdução

A cirurgia endoscópica funcional endonasal é um procedimento cirúrgico frequente entre os otorrinolaringologistas. Em 2014, a Sociedade Europeia de Rinologia publicou o “Documento Europeu para Posicionamento sobre a Terminologia Anatômica Interna do Nariz e das Cavidades Paranasais” com o objetivo de unificar os termos na língua inglesa. Ainda não dispomos de uma terminologia unificada na língua portuguesa.

Objetivo

Adaptação transcultural dos termos anatômicos do nariz e das cavidades paranasais para o português da “European Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses”.

Método

Um grupo de rinologistas de todo o Brasil, com experiência em cirurgia endoscópica endonasal, foi convidado a participar da elaboração desse posicionamento sobre os termos anatômicos do nariz e das cavidades paranasais para o português conforme metodologia adaptada da previamente descrita por Rudmik e Smith.

Resultados

Os resultados desse documento foram gerados a partir da concordância da maioria dos participantes conforme as sugestões mais populares entre os rinologistas. Uma adaptação transcultural da terminologia anatômica nasossinusal foi consolidada. Sugerimos que se busque uniformizar termos como “concha inferior”, “septo nasal”, “porção (óssea/cartilaginosa) do septo nasal”, “meato (médio/ inferior) nasal”, “via da drenagem do seio frontal”, “recesso frontal” e “processo uncinado”.

Conclusão

Consolidamos uma versão adaptada em português da "European Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses" que auxiliará a publicação de comunicados técnicos, publicações científicas e o ensino dos termos anatômicos internos do nariz e das cavidades paranasais no Brasil.

Palavras‐chave:
Adaptação transcultural
Anatomia
Nariz
Cavidades paranasais
Consenso
Texto Completo
Introdução

A cirurgia endoscópica e a tomografia computadorizada nasossinusais impulsionaram a rinologia no início dos anos 1980 para o renascimento da pesquisa no campo da anatomia e da fisiologia do nariz e das cavidades paranasais.1 Em 1994, a Conferência Internacional da Doença Sinusal (do inglês International Conference of Sinus Disease) aconteceu com o objetivo de descrever de forma mais detalhada as novas estruturas identificadas, uma vez que a terminologia anatômica apresentava poucos descritores da anatomia nasossinusal.2,3

Em 2014, a Sociedade Europeia de Rinologia publicou o Documento Europeu para Posicionamento sobre a Terminologia Anatômica Interna do Nariz e das Cavidades Paranasais (do inglês European Position Paper on the Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses) para unificar a terminologia anatômica nasossinusal mediante revisão de termos anatômicos e análise da terminologia anatômica oficial.1 Eles buscaram respeitar o desenvolvimento embriológico das estruturas, evitar a terminologia em latim, remover os epônimos e simplificar os termos anatômicos.

Lund et al. resumiram na língua inglesa todas as estruturas que poderiam ser encontradas durante a cirurgia endoscópica nasossinusal de rotina. Naquele momento, havia numerosas publicações sobre anatomia clínica e muita discussão sobre os nomes e as definições exatas para as estruturas de relevância cirúrgica.2

Existe uma necessidade evidente de unificar essa terminologia em todos os outros idiomas e que no processo de adaptação transcultural os termos definidos encontrem correspondentes em inglês. Essa publicação em outros idiomas facilitaria informações técnicas, publicações científicas e o ensino dos termos anatômicos internos do nariz e das cavidades paranasais.

O objetivo deste estudo é a adaptação transcultural dos termos anatômicos do nariz e das cavidades paranasais para o português da European Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses e a proposição de uma terminologia anatômica nasossinusal em português.

Método

Estudo prospectivo de adaptação transcultural, feito no Brasil, de 2015 a 2016. Quarenta e quatro reconhecidos rinologistas de todo o território nacional foram convidados para participar (fig. 1). Seguimos uma versão adaptada do método usado por Rudmik e Smith.4 Todo o processo do estudo foi feito a distância, com auxílio de plataforma, que permitiu a unificação e análise dos resultados.

Figura 1.

Desenho do estudo.

(0,31MB).
Critérios de inclusão para o grupo de rinologistas

  • Interesse voluntário em participar do estudo;

  • Otorrinolaringologista com experiência comprovada em cirurgia endoscópica nasossinusal por publicações sobre o tema e/ou por atuar em centros de referências em rinologia.

Critérios de exclusão para o grupo de rinologistas

  • Não expressar interesse em participar após o convite;

  • Não ser experiente em cirurgia endoscópica nasossinusal por publicações sobre o tema e/ou por não atuar em centros de referências em rinologia.

Passo 1. Fase de sugestões de termos

A lista final dos 126 termos do Suplemento 24 (1) foi dividida em oito blocos e foi distribuída aleatoriamente cada bloco para um grupo de quatro a cinco autores. Todos os autores receberam por e‐mail uma cópia do suplemento original1 e foram convidados a sugerir três ou mais termos conhecidos em português para cada termo em inglês do bloco a ele atribuído. Todos os autores também foram encorajados a sugerir mais termos para outros blocos.

Passo 2. Avaliação iterativa

Os termos mais sugeridos foram revisados pelos autores, sob supervisão de autores com experiência em anatomia (G.J. e H.Z.L). Uma lista final com até três termos mais relevantes para cada termo foi escolhida.

Passo 3. Votação final

Uma pesquisa eletrônica por meio de uma plataforma on‐line foi enviada a cada rinologista. A pesquisa incluiu opções de múltipla escolha para cada um dos 126 termos, divididos nos mesmos oito blocos previamente definidos. Todos os rinologistas puderam escolher apenas uma opção de termo em português para cada termo em inglês. O termo mais votado em português para cada termo em inglês foi escolhido. Os casos de empate ou em que houvesse divergência de denominação para estruturas similares foram discutidos e decididos consensualmente.

Passo 4. Redação deste artigo

Uma lista resumida de termos em português foi redigida com este artigo para aprovação final pelos autores.

Resultados

Todos os rinologistas aceitaram o convite para participar. A lista final de termos que foram sugeridos e a frequência de votação dos três termos votados posteriormente são apresentadas na tabela 1. Os termos propostos estão sublinhados.

Tabela 1.

Resultados final de termos que foram sugeridos e a frequência de votação dos três termos votados

Suggested term (EPOS)  Terminologia anatômica  Termos mais sugeridos por ordem de frequências e termo proposto (sublinhado)
“Nasal cavity”  Cavitas nasi  Cavidade nasal 82,9% (34/41)a  Fossa nasal 14,6% (6/41)  Cavidade do nariz 2,4% (1/41) 
“Lateral nasal wall”  n.e.  Parede nasal lateral
41,5% (17/41)a 
Parede lateral da cavidade nasal 39% (16/41)  Parede lateral do nariz 19,5% (8/41) 
“Nasal floor”  n.e.  Assoalho da Cavidade nasal 48,8% (20/41)a  Assoalho nasal 29,3% (12/41)  Assoalho da fossa nasal 22% (9/41) 
“Nasal septum  Septum nasi  Septo nasal 97,6% (40/41)a  Septo do nariz 2,4% (1/41)   
“Septal cartilage”  Pars cartilaginea (septi nasi) Cartilago septi nasi  Cartilagem septal 61% (25/41)a  Septo nasal cartilaginoso 24,4% (10/41)  Cartilagem nasal septal 14,6% (6/41) 
“Bony septum”  Pars ossea septi nasi  Septo nasal ósseo 48,8% (20/41)  Porção óssea do Septo nasal 34,1% (14/41)a  Septo ósseo 17,1 (7/41)% 
“Perpendicular plate of ethmoid”  Lamina perpendicularis ossis ethmoidalis  Lamina perpendicular do etmóide
73,2% (30/41)a 
Lâmina perpendicular do osso etmóide 24,4% (10/41)  Lâmina Óssea Septal 2,4% (1/41) 
“Vomer”  Pars ossea septi nasi; Vomer  Vômer 87,8% (36/41)a  Vômer nasal 12,2% (5/41)  Osso Inferior do Septo Nasal 0,0% 
“Membranous portion (of nasal septum)”  Pars membranacea septi nasi  Porção membranosa do septo nasal 53,7% (22/41)a  Septo nasal membranoso 36,6% (15/41)  Septo membranoso 9,8% (4/41) 
“Vomero‐nasal organ”  Organum vomeronasale  Órgão vômero‐nasal 51,2% (21/41)a  Órgão vomeronasal 48,8% (20/41)   
“Septal tubercle”  não existe  Tuberculo septal 70,7% (29/41)a  Tuberculo nasal 19,5% (8/41)  Corpo cavernoso do septo nasal 9,8% (4/41) 
“Inferior turbinate”  Concha nasi inferior  Concha nasal Inferior 61% (25/41)  Concha inferior 39% (16/41)a  Turbina nasal inferior 0,0% 
“Inferior meatus”  Meatus nasi inferior  Meato inferior 53,7% (22/41)  Meato nasal inferior 43,9% (18/41)a  Meato inferior nasal 2,4% (1/41) 
“Naso‐lacrimal duct opening”  Apertura/ ostium ductus nasolacrimalis  Abertura do Ducto nasolacrimal 51,2% (21/41)a  Óstio do ducto nasolacrimal
48,8% (20/41) 
Abertura nasolacrimal 0,0% (0/41) 
“Middle turbinate”  Concha nasi media  Concha média 51,2% (21/41)a  Concha nasal média 48,8% (20/41)  Turbina nasal média 0,0% (0/41) 
“Basal lamella of middle turbinate”  n.e  Lamela basal da concha media 53,7% (22/41)a  Lamela basal da concha media 31,7% (13/41)  Lamela basal
14, 6% (6/41) 
“Paradoxical middle turbinate”  n.e.  Concha média paradoxal 61% (25/41)a  Concha nasal média paradoxal 36,6% (15/41)  Concha nasal média com curvatura paradoxal 2,4% (1/41) 
“Concha bullosa (of middle turbinate)”  n.e.  Concha média bolhosa 82,9% (34/41)a  Concha bolhosa 17,1% (7/41)  Concha média globose
0,0% (0/41) 
“Interlamellar cell”  n.e.  Célula interlamellar 78% (32/41)a  t.b.a 22% (9/41)   
“Middle meatus”  Meatus nasi medius  Meato médio 48,8% (20/41)  Meato médio nasal 34,1% (14/41)  Meato nasal médio 17,1% (7/41)a 
“Ostiomeatal complex”  n.e.  Complexo óstio‐meatal 85,4% (35/41)a  Unidade óstiomeatal 14,6% (6/41)   
“Superior turbinate”  Concha nasi superior  Concha nasal superior 51,2% (21/41)  Concha superior 48,8% (20/41)a   
“Concha bullosa (of superior turbinate)”  n.e.  Concha superior bolhosa 53,7% (22/41)a  Concha nasal superior bolhosa 39% (16/41)  Concha superior pneumatizada 7,3% (3/41) 
“Superior meatus”  Meatus nasi superior  Meato superior 48,8% (20/41)  Meato nasal superior 41,5% (17/41)a  Meato superior nasal 9,8% (4/41) 
“Supreme turbinate”  Concha nasi suprema  Concha nasal suprema 51,2% (21/41)  Concha suprema 48,8% (20/41)a   
“Paradoxical middle turbinate”  n.e.  Meato supremo nasal 48,8% (20/41)  Meato supremo 48,8% (20/41)  Meato nasal supremo 2,4% (1/41)a 
“Spheno‐ethmoidal recess”  Recessus sphenoethmoidalis  Recesso esfenoetmoidal 73,2% (30/41)a  Recesso esfeno‐etmoidal 26,8% (11/41)   
“Sphenopalatine foramen”  Foramen sphenopalatinum  Forame esfenopalatino 82,9% (34/41)a  Forame da Artéria esfenopalatina 17,1% (7/41)   
“Olfactory cleft”  Sulcus olfactorius  Fenda olfatória
70,7% (29/41)a 
Sulco olfatório
17,1% (7/41) 
Área olfatória ou olfativa 12,2% (5/41) 
“Olfactory rbre(s)”  Fila olfactoria (Sing.: rlum olfactorium)  Fibra(s) olfatória(s) 48,8% (20/41)  Fibras do nervo olfatório 46,3% (19/41)a  Nervos olfatórios 4,9% (2/41) 
“Choana”  Choana (Plur.: choanae); Apertura nasalis posterior  Coana (coanas) 97,6% (20/41)a  Abertura nasal posterior 2,4% (1/41)   
“Maxillary sinus”  Sinus maxillaris  Seio maxilar 95,1% (19/41)a  Cavidade Paranasal Maxilar 4,9% (2/41)   
“Maxillary sinus ostium”  n.e.  Óstio do Seio maxilar 70,7% (29/41)a  Óstio natural do seio maxilar 29,3% (12/41)  Óstio da Cavidade Paranasal Maxilar 0,0% 
“Accessory ostium”  n.e  Óstio acessório do seio maxilar 87,8% (36/41)a,b  Óstio supranumerário do seio maxilar 7,3% (3/41)  Óstio acessório da Cavidade Paranasal Maxilar 4,9% (2/41) 
“Maxillary hiatus”  Hiatus maxillaris  Hiato maxilar 97,6% (40/41)a  Tba 2,4% (1/41)   
“Infraorbital canal”  Canalis infraorbitalis  Canal do nervo infraorbitário 61% (25/41)a  Canal infraorbitário 39% (16/41)  Canal do nervo infra orbital 0,0% (0/41) 
“Zygomatic recess”  n.e.  Recesso zigomático 87,8% (36/41)a  Recesso do osso zigomático 12,2% (5/41)   
“Alveolar recess”  n.e.  Recesso alveolar 68,3% (28/41)a  Processo alveolar 31,7% (13/41)   
“Prelacrimal recess”  n.e.  Recesso pré‐lacrimal 100% (41/41)a     
“Lacrimal eminence”  n.e.  Eminência lacrimal 58,5% (24/41)a  Proeminência do osso lacrimal 41,5% (17/41)   
“Canine fossa”  Fossa canina  Fossa canina 100% (41/41)a     
“Anterior fontanelle”  n.e.  Fontanela anterior 100% (41/41)a     
“Posterior fontanelle”  n.e  Fontanela posterior 100% (41/41)a     
“Maxillary artery”  Arteria maxillaris  Artéria maxilar
78% (32/41)a 
Artéria maxilar interna 22% (9/41)   
“Ethmoidal complex”  Cellulae ethmoidales  Células etmoidais 70,7% (29/41)  Complexo etmoidal 26,8% (11/41)a  Labirinto etmoidal 2,5% (1/41) 
“t.b.a.”  Cellulae ethmoidales mediae  Células etmoidais medias 53,7% (22/41)  t.b.a. ‐ a ser abandonado 43,9% (18/41)a  Lamela basal da Concha superior 2,4% (1/41) 
“Posterior ethmoidal cells”  Cellulae ethmoidales posteriores  Células etmoidais posteriors 95,1% (39/41),), substituído por Complexo Etmoidal Posteriora,b  Etmóide posterior 4,9% (2/41)  Células do etmóide posterior 0,0% (0/41) 
“Anterior ethmoidal artery”  Arteria ethmoidalis anterior  Artéria etmoidal anterior 100% (41/41)a     
“Accessory ethmoidal artery”  n.e.  Artéria etmoidal acessória 58,5% (24/41)a  Artéria etmoidal média 39% (16/41)  Artéria etmoidal intermedia 2,5% (1/41) 
“Posterior ethmoidal artery”  Arteria ethmoidalis posterior  Artéria etmoidal posterior 100% (41/41)a     
“Anterior ethmoidal complex”  Cellulae ethmoidales anteriores  Células etmoidais anteriores 82,9% (34/41)  Complexo etmoidal anterior 12,2% (5/41)a  Seio etmoidal anterior 4,9% (2/41) 
“Agger nasi”  Agger nasi  Agger Nasi 100% (41/41)a     
“Agger nasi cell”  n.e. (cellula ethmoidalis anterior)  Célula Agger Nasi 92,7% (38/41)a  Célula do Agger nasi 2,43% (1/41)  Agger nasi 2,43% (1/41) 
“Uncinate process”  Processus uncinatus  Processo uncinado 78% (32/41)a  Processo unciforme 19,5% (8/41)  Uncinado 2,5% (1/41) 
“Everted uncinate process”  n.e.  Processo uncinado evertido 78% (32/41)a  Processo unciforme evertido 22% (9/41)   
“Aerated uncinate process”  n.e.  Processo uncinado pneumatizado 80,5% (33/41)a  Processo unciforme pneumatizado 19,5% (8/41)   
“Basal lamella of uncinate process”  n.e.  Lamela basal do processo uncinado 80,5% (33/41)a  Lamela basal do processo unciforme 19,5% (8/41)   
“Inferior semilunar hiatus”  Hiatus semilunaris  Hiato semilunar inferior 90,2% (37/41)a  Hiato semilunar anterior 9,8% (4/41)   
“Superior semilunar hiatus”  n.e.  Hiato semilunar superior 85,4% (35/41)a  Recesso retrobular 14,6% (6/41)   
“Ethmoidal bulla”  Bulla ethmoidalis  Bula etmoidal 92,7% (38/41)a  Bolha etmoidal 7,3% (3/41)   
“Basal lamella of ethmoidal bulla”  n.e.  Lamela basal da Bula etmoidal 87,8% (36/41)a  Lamela basal da Bolha etmóidal 7,3% (3/41)  TA 2,4% (1/41) 
“Suprabullar recess”  n.e.  Recesso suprabular 95,1% (39/41)a  Recesso supra‐bolhoso 4,9% (2/41)   
“Retrobullar recess”  n.e.  Recesso retrobular 95,1% (39/41)a  Recesso retro‐bolhoso 4,9% (2/41)   
“Supraorbital recess”  n.e.  Recesso supra‐orbitário 95,1% (39/41)a  Recesso supra‐orbital 2,45% (1/41)  Incisura supra‐orbitaria 2,45% (1/41) 
“Infraorbital cell”  n.e.  Célula infra‐orbital
90,2% (37/41)a 
Célula infra orbitaria 2,4% (1/41)  célula infraorbitária 2,4% (1/41) 
“Ethmoidal infundibulum”  Infundibulum ethmoidale  Infundíbulo etmoidal
78% (32/41)a 
Infundíbulo 22% (9/41)   
“Terminal recess”  n.e  Recesso terminal 100% (41/41)a     
“Frontal recess”  n.e  Recesso frontal 97,6% (40/41)a  Recesso do Seio frontal 2,4% (1/41)   
“t.b.a.”  Ductus nasofrontalis  Ducto nasofrontal 68,3% (28/41)  t.b.a. 29,3% (12/41)  Crista maxilar 2,4% (1/41) 
“Lacrimal bulge”  n.e.  A ser abandonado 41,5% (17/41)  Crista maxilar
39% (16/41) 
Ducto nasofrontal
19,5% (8/41) 
“Ethmoidal crest”  Crista ethmoidalis  Crista etmoidal 73,2% (30/41)  Crista etmoidal do osso palatino 26,8% (11/41)   
“Frontal sinus drainage pathway”  n.e  Recesso frontal 63,4% (26/41)  Via da drenagem do Seio frontal 26,8% (11/41)a  Drenagem do Seio frontal 9,8% (4/41) 
“Frontal sinus”  Sinus frontalis  Seio frontal 95,1% (39/41)  Cavidade paranasal Frontal 2,45% (1/41)  Cavidade frontal 2,45% (1/41) 
“Frontal intersinus septum”  Septum sinuum frontalium  Septo intersinusal do seio frontal 92,7% (38/41)  Septo interfrontal
7,3% (3/41) 
 
“Frontal sinus infundibulum”  n.e.  Infundíbulo do seio frontal 63,4% (26/41)  a ser abandonado 29,3% (12/41)  Infundíbulo frontal 7,3% (3/41) 
“Frontoethmoidal cells”  Bullae frontales (sing.: bulla frontalis)  Células frontoetmoidais 97,6% (40/41)  Células intrafrontais 2,4% (1/41)   
“Intersinus septal cell”  n.e.  Celula septal intersinusal 63,4% (26/41)  Célula interfrontal 34,1% (14/41)  Célula do septo sinusal 2,5% (1/41) 
“a ser abandonado”  n.e. (cellula ethmoidalis anterior)  a ser abandonado 85,4% (35/41)  Bula frontal 14,6% (6/41)   
“Frontal sinus opening”  Apertura sinus frontalis  Óstio do Seio Frontal 48,8% (20/41)  Abertura do Seio frontal 34,1% (14/41)  Recesso frontal 17,1% (7/41) 
“Frontal beak”  Spina frontalis (ossis frontalis  Espinha Frontal 41,5% (17/41)  Bico frontal 34,1% (14/41)  Espinha nasal superior 24,4% (10/41) 
“Posterior ethmoidal complex”  Cellulae ethmoidales posteriores  Células etmoidais posteriors 80,5% (33/41)  Seio etmoidal posterior 9,8% (4/41)  Complexo Etmoidal Posterior 9,8% (4/41) 
“Sphenoethmoidal cell”  n.e. (cellula ethmoidalis posterior)  Célula esfeno‐etmoidal
48,8% (20/41) 
Célula de Onodi
43,9% (18/41) 
Célula etmoidal posterior 7,3% (3/41) 
“Basal lamella of superior turbinate”  n.e  Lamela basal da concha nasal superior 100% (41/41)     
“Lamina papyracea”  Lamina orbitalis ossis ethmoidalis  Lâmina papirácea da parede medial da órbita 87,8% (36/41)  Parede medial da órbita 12,2% (5/41)   
“Orbital apex”  n.e  Ápice orbitário 100% (41/41)     
“Annulus of Zinn”  Annulus tendineus communis  Anel tendinoso comum
58,5% (24/41) 
Ânulo orbital
41,5% (17/41) 
 
“Ophthalmic artery”  Arteria ophthalmica  Artéria Oftálmica 100% (41/41)     
“Sphenoid sinus”  Sinus sphenoidalis  Seio Esfenoidal 97,6% (40/41)  Cavidade Esfenoidal 2,4% (1/41)   
“Sphenoid intersinus septum”  Septum sinuum sphenoidalium  Septo Interesfenoidal
56,1% (23/41) 
Septo intersinusal do seio esfenóidal
43,9% (18/41) 
 
“Sphenoid septations”  n.e.  Septos Intra‐esfenoidais
75,6% (31/41) 
Septo intersinusal do seio esfenóidal
24,4% (10/41) 
 
“Sphenoid sinus ostium”  Ostium (apertura) sinus sphenoidalis  Óstio do seio esfenoidal 100%(41/41)  Óstio da cavidade esfenoidal 0,0%   
“Planum sphenoidale”  Jugum sphenoidale  Plano esfenoidal 100%(41/41)     
“Sellar loor”  n.e.  Assoalho da sela túrcia 73,2%(30/41)  Assoalho selar
26,8% (11/41) 
 
“Pterygoid (Vidian) canal”  Canalis pterygoideus  Canal pterigóideo 43,9% (18/41)  Canal do nervo vidiano 41,5% (17/41)  Canal do vidiano
14,6% (6/41) 
“Foramen rotundum”  Foramen rotundum  Forame redondo 100% (41/41)     
“Lateral recess of sphenoid sinus”  n.e.  Recesso lateral do seio esfenoidal 100% (41/41)     
“Optic nerve tubercle”  Tuberculum nervi optici  Tubérculo do nervo óptico 97,6% (40/41)  Proeminência óssea do nervo óptico 2,4% (1/41)   
“Optic nerve canal”  Canalis opticus  Canal do nervo óptico 100% (41/41)     
“Carotid artery bulge”  n.e. Proeminência da artérica carótida  Proeminência da artéria carótida 92,7% (38/41)  Proeminência óssea da artéria carótida interna 2,4% (1/41)  Proeminência da artéria carótida 2,4% (1/41) 
“Optico‐carotid recess”  n.e.  Recesso óptico‐carotídeo 100% (41/41)     
“Lateral craniopharyngeal (Sternberg ́s) canal”  n.e.  Canal lateral crânio‐faríngeo 56,1% (23/41)  Canal de Sternberg 41,5% (17/41)  Canal crânio‐faríngeo lateral 2,4% (1/41) 
“Sphenoid rostrum”  Rostrum sphenoidale  Rostro do seio esfenoidal 100% (41/41)  Rostro da cavidade esfenoidal 0,0%   
“Vomerovaginal canal”  Canalis vomerovaginalis  Canal vomero‐vaginal 97,6% (40/41)  Canal vomerovaginal 2,4% (1/41)   
“Palatovaginal canal”  Canalis palatovaginalis  Canal palato‐vaginal 95,1% (39/41)  canal palatoesfenoidal 2,45% (1/41)  Canal palatovaginal 2,45% (1/41) 
“Anterior cranial fossa”  Fossa cranii anterior  Fossa craniana anterior
75,6% (31/41) 
Fossa anterior do crânio 24,4% (10/41)  Superfície anterior da base do crânio 0,0% 
“Olfactory fossa”  n.e  Fossa olfatória
70,7% (29/41) 
Área Olfatória
19,5% (8/41) 
Goteira olfatória
9,8% (4/41) 
“Cribriform plate”  Lamina cribrosa (ossis ethmoidalis)  Lâmina cribriforme
53,7% (22/41) 
Placa cribriforme
29,3% (12/41) 
Lâmina crivosa
17,1% (7/41) 
“Cribriform foramina”  Foramina cribrosa  Forames cribriformes 58,5% (24/41)  Forames crivosos 22% (9/41)  Lâmina cribriforme 9,8% (4/41) 
“Lateral lamella of cribriform plate”  n.e.  Lamela lateral da lâmina cribriforme
58,5% (24/41) 
Lamela lateral da Placa Cribiforme
24,4% (10/41) 
Lamela lateral da lâmina crivosa
17,1% (7/41) 
“Ethmoidal roof”  n.e.  Teto do etmóide
61% (25/41) 
Fóvea etmoidal
34,1% (14/41) 
Fóvea etmoidal do osso frontal 4,9% (2/41) 
“Crista galli”  Crista galli  Crista galli
95,1% (39/41) 
Processo etmoidal
4,9% (2/41) 
 
“Pneumatized crista galli”  n.e.  Crista galli pneumatizada
95,1% (39/41) 
Processo etmoidal pneumatizada 4,9% (2/41)   
“Foramen caecum”  Foramen caecum  Foramen cego 75,6% (31/41)  Foramen cecum 24,4% (10/41)   
“Middle cranial fossa”  Fossa cranii media  Fossa craniana media
80,5% (33/41) 
Fossa media do crânio 14,6% (6/41)  Fossa media
4,9% (2/41) 
“Sella (turcica)”  Sella turcica  Sela túrcica
92,7% (38/41) 
Sela turca
4,9% (2/41) 
Fossa pituitária
2,4% (1/41) 
“Tuberculum sellae”  Tuberculum sellae  Tubérculo selar 65,9% (27/41)  Tubérculo da sela
34,1% (14/41) 
 
“Dorsum sellae”  Dorsum sellae  Dorso selar 58,5% (24/41)  Dorso da sela
41,5% (17/41) 
Dorsum sellae 0,0% 
“Anterior clinoid process”  Processus clinoideus anterior (plur.: processus clinoidei anteriores)  Processo clinóide anterior
92,7% (38/41) 
Clinóide anterior
7,3% (3/41) 
 
“Posterior clinoid process”  Processus clinoideus posterior (plur.: processus clinoidei posteriores)  Processo clinóide posterior 92,7% (38/41)  Clinóide posterior
7,3% (3/41) 
 
“Posterior cranial fossa”  Fossa cranii posterior  Fossa craniana posterior
95,1% (39/41) 
   
“Clivus”  Clivus  Clivus 95,1% (39/41)  Clivo 2,45% (1/41)  Clivo 2,45% (1/41) 

n.e., não existe.

a

Termo escolhido.

b

Adaptados após discussão com os autores para melhor descrição anatômica.

Discussão

Este estudo propõe uma terminologia anatômica nasossinusal unificada por meio do processo de adaptação transcultural dos termos anatômicos definidos para a língua inglesa para o nariz e as cavidades paranasais. A presença de pesquisadores com experiência em termos anatômicos (G.J. e H.Z.L) foi importante para adequação deste projeto.

O histórico de controvérsias quanto à terminologia anatômica nasossinusal existe há muitos anos e pode ser exemplificado com o uso dos termos infundíbulo e hiato semilunar para designar várias estruturas da parede lateral a ponto de ser sugerido no passado o abandono dessa terminologia. Propomos nesta terminologia um uso de termos que auxiliem a diferenciação das estruturas anatômicas para não usar epônimos.5 Acreditamos que isso favorece o aprendizado e a correta denominação das estruturas.

A grande maioria dos resultados conforme a escolha pelos rinologistas convidados a participar do estudo foi mantida. Contudo, alguns resultados para alguns termos precisaram ser mais bem discutidos para resultar em uma uniformidade de terminologia quanto a estruturas com similaridade na denominação e uma adequação da nomenclatura com enfoque na prática cirúrgica.

O septo nasal é uma estrutura comumente dividida em duas partes, denominadas óssea e membranosa. A uniformização da forma proposta pela maioria dos autores para a membranous portion (of nasal septum) foi “porção membranosa do septo nasal”, 53,7% [22/41]). Por outro lado, apesar de o termo mais sugerido para bony septum [terminologia anatômica (TA): pars ossea septi nasi] ter sido “septo nasal ósseo”, 48,8% [20/41], sugerimos a opção pelo termo “porção óssea do septo nasal” (34,1% [14/41]) para manter a uniformização em relação à “porção membranosa do septo nasal”.

Sugerimos também que para o termo inferior turbinate (TA: concha nasi inferior) optássemos por “concha inferior” (concha inferior 39% [16/41] vs. concha nasal inferior 61% [25/41]). Esse termo é de uso mais frequente e manterá a uniformização em relação às estruturas correlatas: “concha média” [51,2% (21/41)], “lamela basal da concha média” [53,7% (22/41)]; “concha superior” [48,8% (20/41)]; e “concha suprema” [48,8% (20/41)].

Também optou‐se, em vez do termo “meato”, por “meato nasal”, uma vez que existem outras estruturas anatômicas denominadas “meato” em outras partes do corpo humano. Embora essa opção fosse menos votada, seria a mais adequada: “meato inferior” 53,7% (22/41) vs. “meato nasal inferior” 43,9% (18/41); “meato médio” 48,8% (20/41) vs. “meato nasal médio” 17,1% (7/41); “meato superior” 48,8% (20/41) vs. “meato nasal superior” 41,5% (17/41). Outro termo recomendado diferentemente do mais votado foi “meato nasal supremo” em vez de “meato supremo nasal”. O termo mais votado, “meato supremo nasal”, sugere que meato está acima do nariz.

O termo “fibra(s) olfatória(s)” 48,8% (20/41), embora mais votado, também foi preterido porque é importante indicar que se trata de um “nervo” e adicionar o termo “nervo”. Dessa forma optamos por “fibras do nervo olfatório” 46,3% (19/41).

Ao termo “óstio acessório” 87,8% (36/41) foi sugerido referir o local, uma vez que existem outros óstios acessórios no corpo e sugeriu‐se o termo “óstio acessório do seio maxilar”.

Apesar de votação diversa, foi proposto que o termo “células etmoidais” fosse substituído por “complexo etmoidal” para seguir a designação do termo em inglês, ethmoidal complex. O “complexo etmoidal” subdividir‐se‐ia em “complexo etmoidal anterior” e “complexo etmoidal posterior”; também divergimos dos termos mais votados, “células etmoidais anteriores” e “células etmoidais posteriores”, pelo mesmo motivo.

O termo frontal sinus drainage pathway também foi rediscutido consensualmente e optamos por “via da drenagem do seio frontal” (26,8%; 11/41). Ainda que tenha sido mais sugerido que usássemos o termo “recesso frontal” (63,4%; 26/41) para designar essa estrutura, o termo escolhido ressalta que é uma entidade diferente de frontal recess, cujo termo proposto é “recesso frontal” (97,6%; 40/41). Embora controversos, os termos “recesso frontal” e “via de drenagem do seio frontal” geralmente são entidades distintas. O recesso frontal geralmente é definido como a parte mais anterossuperior do etmoide, inferior à abertura do seio.1 Não é adequado o uso como sinônimo de “via de drenagem do seio frontal”, uma vez que a via de drenagem do seio frontal através do recesso frontal é complexa, alterada pela configuração das células aéreas dentro dele e pelas diferentes ligações do processo uncinado.1 Inclui comumente o recesso frontal, mas não apenas ele. Habitualmente, o recesso frontal é delimitado posteriormente pela parede anterior da bula etmoidal (se essa fixar‐se na base do crânio), anteroinferiormente pelo agger nasi, lateralmente pela lâmina papirácea e inferiormente pelo recesso terminal do infundíbulo etmoidal, se presente. O termo “ducto nasofrontal” “(da terminologia anatômica ductus nasofrontalis) foi abandonado porque a via de drenagem do seio frontal não é um ducto verdadeiro. O termo “crista maxilar” (do termo inglês lacrimal buldge) foi definido para essa estrutura importante como ponto de referência para dacriocistorrinostomia endoscópica e formada pela processo frontal da maxila.

Consideração final

Propomos uma versão adaptada em português da European Anatomical Terminology of the Internal Nose and Paranasal Sinuses que auxiliará a publicação de comunicados técnicos, publicações científicas e o ensino dos termos anatômicos internos do nariz e das cavidades paranasais no Brasil.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
V.J. Lund, H. Stammberger, W.J. Fokkens, T. Beale, M. Bernal-Sprekelsen, P. Eloy, et al.
European position paper on the anatomical terminology of the internal nose and paranasal sinuses.
Rhinology, 24 (2014), pp. 1-34
[2]
R.L. Voegels, N.A.D. Melo, T. Bezerra.
Unification of sinonasal anatomical terminology.
Int Arch Otorhinolaryngol, 20 (2016), pp. 1
[3]
H.R. Stammberger, D.W. Kennedy.
Paranasal sinuses: anatomic terminology and nomenclature.
Ann Otol Rhinol Laryngol Suppl, 167 (1995), pp. 7-16
[4]
L. Rudmik, T.L. Smith.
Development of an evidence‐based review with recommendations using an online iterative process.
Int Forum Allergy Rhinol, 1 (2011), pp. 431-437
[5]
T.B. Layton.
Preface to Catalogue of the Onodi Collection.
Royal College of Surgeons of England, (1934), pp. i-xx

Como citar este artigo: Bezerra TF, Stamm A, Anselmo‐Lima WT, Fornazieri MA, Melo ND, Balsalobre L, et al. Anatomical terminology of the internal nose and paranasal sinuses: cross‐cultural adaptation to Portuguese. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:677–86.

A revisão por pares é da responsabilidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico‐Facial.

Copyright © 2018. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial
Idiomas
Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
Opções de artigo
Ferramentas
en pt
Announcement Nota importante
Articles submitted as of May 1, 2022, which are accepted for publication will be subject to a fee (Article Publishing Charge, APC) payment by the author or research funder to cover the costs associated with publication. By submitting the manuscript to this journal, the authors agree to these terms. All manuscripts must be submitted in English.. Os artigos submetidos a partir de 1º de maio de 2022, que forem aceitos para publicação estarão sujeitos a uma taxa (Article Publishing Charge, APC) a ser paga pelo autor para cobrir os custos associados à publicação. Ao submeterem o manuscrito a esta revista, os autores concordam com esses termos. Todos os manuscritos devem ser submetidos em inglês.