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Vol. 88. Núm. 1.
Páginas 150 (Janeiro - Fevereiro 2022)
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Equívocos sobre paraoxonase‐1
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Michael Macknessa,
Autor para correspondência
Mike.mackness@gmail.com

Autor para correspondência.
, Eser Y. Sozmenb
a Avenida Princip D’Espanya, Tarragona, Espanha
b Ege University, Faculty of Medicine, Department of Medical Biochemistry, Bornova, Turquia
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Prezado Editor,

Lemos com interesse o artigo “A relação entre equilíbrio tiol‐dissulfeto e perda auditiva neurossensorial súbita idiopática” publicado no BJORL1 e reconhecemos que a discussão sobre a atividade da paraoxonase (parágrafo 4) continha várias declarações factualmente imprecisas. Em primeiro lugar, os autores afirmam que paraoxonase e arilesterase são enzimas diferentes. A paraoxonase sérica humana (PON1) é classificada como uma arildialquilfosfatase (EC 3.1.8.1), tem a capacidade de hidrolisar vários substratos, inclusive lactonas, tiolactonas, pesticidas organofosforados triésteres e gases nervosos, aril‐ésteres, estrogênio‐ésteres, carbamatos cíclicos e glucuronídeos2 e tem um papel fisiológico em muitas doenças, como inflamação, intoxicação por organofosforados, metabolismo de drogas e doenças cardiovasculares.3 Uma série de experimentos elegantes conduzidos no laboratório do Prof. Bert La Du em Michigan, mais de 20 anos atrás, mostrou que em seres humanos a paraoxona e o fenilacetato eram substratos da mesma enzima, isto é, PON1. Esses estudos foram posteriormente confirmados por laboratórios em todo o mundo a níveis bioquímico, biológico molecular e genético molecular.2–4 A paraoxonase e a arilesterase são, portanto, duas atividades da PON1.

Em segundo lugar, os autores declararam erroneamente que a paraoxonase é um “produto do metabolismo lipídico” e “PON1 é um organofosforado”. No entanto, está claro na literatura que a paraoxonase é uma enzima que hidrolisa os lipídios oxidados.4 Portanto, PON1 não é um produto de oxidação de lipídios. Também não é um organofosforado; novamente, PON1 é uma enzima, os organofosforados são seus substratos.2–4

Por fim, os autores também afirmam que “níveis elevados de PON estão relacionados à aterosclerose”. A referência dada para justificar essa afirmação (citação 19 em Ref.1) é uma das nossas e podemos assegurar que o contrário é verdadeiro. A PON baixa está relacionada à aterosclerose.

Essas imprecisões podem parecer menores para aqueles que não atuam nesse campo; entretanto, elas são importantes e precisam ser corrigidas antes de ser amplamente divulgadas.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
Y.S. Cetin, N. Bozan, A. Avci, M. Aslan, O. Erel.
The relationship between thiol‐disulfide balance and idiopathic sudden sensorineural hearing loss.
Braz J Otorhinolaryngol., (2021),
[2]
M. Mackness, E.Y. Sozmen.
A critical review on human serum Paraoxonase‐1 in the literature: truths and misconceptions.
Turk J Biochem., 46 (2021), pp. 1-6
[3]
M. Mackness, B. Mackness.
Human paraoxonase‐1 (PON1): Gene structure and expression, promiscuous activities and multiple physiological roles.
[4]
B. Mackness, M. Mackness, M. Aviram, G. Paragh.
The paraoxonases: their role in disease development and xenobiotic metabolism.
Springer, (2008),

DOI se refere ao artigo: https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2021.08.009

Como citar este artigo: Mackness M, Sozmen EY. Misconceptions about paraoxonase‐1. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:150.

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