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Vol. 88. Núm. 2.
Páginas 153-154 (Março - Abril 2022)
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Editorial
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Estado da arte em voz profissional
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Agricio Crespoa,
Autor para correspondência
agricio.crespo@gmail.com

Autor para correspondência.
, Gustavo Kornb
a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Divisão de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Campinas, SP, Brasil
b Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo, SP, Brasil
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A voz profissional é definida como a forma de comunicação oral utilizada por pessoas que dela dependem para sua atividade ocupacional.1 Aproximadamente um terço das profissões envolvem o uso da voz no trabalho.2 Profissionais da voz incluem além de cantores, atores e locutores, também professores, advogados, políticos, atendentes de telemarketing, vendedores, entre outros.

Especialmente nos grupos de cantores, atores e locutores, qualquer alteração vocal pode ter uma repercussão muito importante, tanto na esfera psicológica quanto na econômica, uma vez que o ganho financeiro advém do uso da voz.

Ao atendermos um profissional da voz, é fundamental nos atentarmos nos aspectos éticos e legais, como a postura de funcionários na recepção, e verificar quem poderá acompanhar a consulta. Ao falar com o paciente, é fundamental o cuidado com as palavras e sempre dar apoio. Em relação à equipe de produção, sempre se lembrar do sigilo médico. Em situações de um diagnóstico não favorável, a privacidade do paciente deve ser mantida.3 Carecemos em nosso país de uma legislação a respeito de alterações vocais, fundamentais, principalmente, para o grupo de professores, alvo de inúmeros trabalhos científicos.4 É necessário desenvolver legislação sobre as alterações vocais relacionadas ao trabalho da mesma forma que a existente para perda auditiva desenvolvida pela exposição ao ruído.

No início da pandemia da COVID‐19, o Conselho Federal de Medicina liberou a prática da tele atendimento, o que obviamente depende do adequado funcionamento da internet. Apesar de muito utilizado pelos fonoaudiólogos, a falta da avaliação estática e dinâmica da laringe e do trato vocal é um ponto crítico nessa prática. Muitas dúvidas ainda pairam sobre a segurança no uso profissional da voz na pandemia e no futuro próximo, apesar de muitas recomendações.5 O uso de teste do PCR para COVID‐19 antes da apresentação, orientações em relação aos ensaios, entre outras, mesmo factíveis, nem sempre correspondem à realidade que observamos. Entendemos que a telemedicina na laringologia é um tópico atual que merece maior discussão.

Profissionais da voz são alvo de inúmeras pesquisas nos últimos anos. Porém, alguns pontos ainda merecem ser aprofundados como a orientação sobre o repouso vocal (seja relativo ou absoluto) e o uso de corticoide. É importante lembrar que o estudo de profissionais da voz apresenta uma grande possibilidade de variáveis, quando comparado, por exemplo, com uma população com uma afecção laríngea específica, como a distonia focal laríngea.

Podemos dizer que o estado da arte em atender o profissional da voz pode ser definido como acolher o profissional, elaborar uma anamnese criteriosa, voltada, muitas vezes, à especificidade da sua queixa; considerar aspectos psicológicos e emocionais (principalmente nesse período de pandemia); fazer uma avaliação da voz, exame otorrinolaringológico, e, avaliação estática e dinâmica da laringe e do trato vocal. Nesta propedêutica, incluem‐se a nasofibrolaringoscopia, a laringoscopia e a estroboscopia. A avaliação funcional na qual o paciente pode “mostrar” exatamente onde está sua queixa, problema ou limitação sempre é fundamental. A prática multiprofissional envolve o fonoaudiólogo, professor de canto, diretor musical, preparador musical, entre outros.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

Referências
[1]
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CÉRVICO‐FACIAL. Consenso Nacional de Voz Profissional. 2004. Disponível em:
[2]
E. Vilkman.
Occupational Safety and Health Aspectos of Voice and Speech Professions.
Folia Phoniatr Logop., 56 (2004), pp. 220-253
[3]
G.P. Korn, C. Michaelis Jr., V.R. Moraes.
Ethical and legal aspects in the care of singers and actors.
Braz J Otorhinolaryngol., 83 (2017), pp. 609-610
[4]
G.P. Korn, A.A.L. Pontes, D. Abranches, P.A.L. Pontes.
Vocal tract discomfort and risk factors in university teachers.
[5]
M.R. Naunheim, J. Bock, P.A. Doucette, M. Hoch, I. Howell, M.M. Johns, et al.
Safer singing during the SARS‐CoV‐2 pandemic: what we know and what we don’t.

Como citar este artigo: Crespo A, Korn G. State‐of‐the‐art in professional voice. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:153–4.

A revisão por pares é da responsabilidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico‐Facial.

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Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
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