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Vol. 83. Núm. 6.
Páginas 611-618 (Novembro - Dezembro 2017)
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Vol. 83. Núm. 6.
Páginas 611-618 (Novembro - Dezembro 2017)
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Health‐related quality of life and disability in patients with acute unilateral peripheral vestibular disorders
Qualidade de vida relacionada à saúde e incapacidade em pacientes com distúrbios vestibulares periféricos unilaterais agudos
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Maria Petria, Magdalena Chirilăa,
Autor para correspondência
Magdalena.Chirila@umfcluj.ro

Autor para correspondência.
, Sorana D. Bolboacăb, Marcel Cosgareaa
a Iuliu Hatieganu University of Medicine and Pharmacy, Department of Otorhinolaryngology, Cluj‐Napoca, Romania
b Iuliu Haţieganu University of Medicine and Pharmacy, Department of Medical Informatics and Biostatistic, Cluj‐Napoca, Romania
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Estatísticas
Figuras (2)
Tabelas (3)
Tabela 1. Escores do DHI basais, aos sete e 14 dias e um mês
Tabela 2. Escores do SF‐36 basais e após um mês
Tabela 3. Correlações entre os escores de DHI e SF‐36 de acordo com o diagnóstico (n=100)
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Abstract
Introduction

Health‐related quality of life is used to denote that portion of the quality of life that is influenced by the person's health.

Objectives

To compare the health‐related quality of life of individuals with vestibular disorders of peripheral origin by analyzing functional, emotional and physical disabilities before and after vestibular treatment.

Methods

A prospective, non randomized case‐controlled study was conduced in the ENT Department, between January 2015 and December 2015. All patients were submitted to customize a 36 item of health survey on quality of life, short form 36 health survey questionnaire (SF‐36) and the Dizziness Handicap Inventory for assessing the disability. Individuals were diagnosed with acute unilateral vestibular peripheral disorders classified in 5 groups: vestibular neuritis, Ménière Disease, Benign Paroxysmal Positional Vertigo, cochlear‐vestibular dysfunction (other than Ménière Disease), or other type of acute peripheral vertigo (as vestibular migraine).

Results

There was a statistical significant difference for each parameter of Dizziness Handicap Inventory score (the emotional, functional and physical) between the baseline and one month both in men and women, but with any statistical significant difference between 7 days and 14 days. It was found a statistical significant difference for all eight parameters of SF‐36 score between the baseline and one month later both in men and women; the exception was the men mental health perception. The correlation between the Dizziness Handicap Inventory and the SF‐36 scores according to diagnostics type pointed out that the Spearman's correlation coefficient was moderate correlated with the total scores of these instruments.

Conclusion

The Dizziness Handicap Inventory and the SF‐36 are useful, proved practical and valid instruments for assessing the impact of dizziness on the quality of life of patients with unilateral peripheral vestibular disorders.

Keywords:
Unilateral peripheral vestibular disorders
DHI
SF‐36
HRQoL
Resumo
Introdução

Qualidade de vida relacionada à saúde é usada para designar a parte da qualidade de vida que é influenciada pela saúde do indivíduo.

Objetivos

Comparar a qualidade de vida relacionada à saúde de indivíduos com distúrbios vestibulares de origem periférica, analisar incapacidades funcionais, emocionais e físicas antes e após o tratamento vestibular.

Método

Um estudo de caso‐controle prospectivo, não randomizado, foi conduzido no Departamento de Otorrinolaringologia, entre janeiro de 2015 e dezembro de 2015. Todos os pacientes foram submetidos a uma pesquisa de saúde personalizada de 36 itens sobre qualidade de vida, ao formulário abreviado de avaliação de saúde 36 (SF‐36) e ao Dizziness Handicap Inventory para avaliar a incapacidade. Os indivíduos foram diagnosticados com distúrbios vestibulares periféricos unilaterais agudos, classificados em cinco grupos: neurite vestibular, doença de Ménière, vertigem posicional paroxística benigna, disfunção cócleo‐vestibular (exceto Doença de Ménière) ou outro tipo de vertigem periférica aguda (como enxaqueca vestibular).

Resultados

Houve uma diferença estatisticamente significante para cada parâmetro de escore no Dizziness Handicap Inventory (emocional, funcional e físico) entre a avaliação basal e depois de um mês, tanto em homens quanto em mulheres, mas sem diferença estatística significativa entre sete dias e 14 dias. Foi encontrada uma diferença estatisticamente significante para todos os oito parâmetros do escore no SF‐36 entre a avaliação basal e um mês mais tarde, tanto em homens quanto em mulheres; a exceção foi a percepção de saúde mental nos homens. A correlação entre Dizziness Handicap Inventory e o SF‐36 de acordo com o tipo de diagnóstico mostrou que o coeficiente de correlação de Spearman foi moderado quando correlacionado com o escore total desses instrumentos.

Conclusão

O Dizziness Handicap Inventory e o SF‐36 demonstraram ser instrumentos úteis, práticos e válidos para avaliar o impacto da tontura na qualidade de vida de pacientes com distúrbios vestibulares periféricos unilaterais.

Palavras‐chave:
Distúrbios vestibulares periféricos unilaterais
DHI
SF‐36
QVRS
Texto Completo
Introdução

Qualidade de vida é definida como uma percepção individual de sua posição na vida no contexto cultural e do sistema de valores nos quais você vive e abrange um amplo espectro de domínios, inclusive estado de saúde, recursos econômicos, situação de trabalho, relacionamentos e atividades de lazer.1 Qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) é usada para indicar aquela parte da qualidade de vida influenciada pela saúde da pessoa.

Vertigem ou tontura é uma das condições mais comuns, que leva pacientes ao atendimento de emergência, e sua incidência aumenta com a idade.2 Apesar de uma prevalência de tontura e vertigem avaliada entre 20‐30%, e estimativa de prevalência de um ano de vertigem de 4,9%, a carga da vertigem para a saúde ainda é relativamente sub‐relatada, devido à imprevisibilidade dos episódios e da natureza da doença.3 O progresso, ou falta de progresso, de um indivíduo na reabilitação vestibular geralmente é medido pela observação de mudanças na intolerância ao movimento, equilíbrio, habilidades funcionais e, mais recentemente, qualidade de vida relacionada à saúde.4 Testes de diagnóstico convencionais atualmente disponíveis (ou seja, exame vestibular à beira do leito, videonistagmografia, provas calóricas e rotacionais e posturografia) são inadequados para avaliar os efeitos debilitantes associados com distúrbios vestibulares.5 Consequentemente, vários questionários (tais como General Depression Scale, Strait‐Trait Anxiety Index, Dynamic Gait Index, Functional Gait Assessment, Balance Error Scoring System)6 foram desenvolvidos em uma tentativa de quantificar o estado de saúde autopercebido em pacientes com distúrbios vestibulares com tontura e desequilíbrio.

O Dizziness Handicap Inventory 16 (DHI) e o Medical Outcomes Study (MOS) 36‐Item Short‐Form Health Survey (SF‐36) são dois instrumentos comumente usados na pesquisa da qualidade de vida relacionada à saúde. O SF‐36 é um questionário genérico, com uma abordagem global para medir o estado de saúde no que se refere ao bem‐estar funcional do indivíduo; tem sido amplamente usado em estudos sobre o resultado de doenças crônicas e facilita a comparação da saúde clínica de pacientes com os escores padronizados médios da população em geral.7 O Dizziness Handicap Inventory (DHI), um questionário doença‐específico, foi desenvolvido para indivíduos com vertigem ou problemas de equilíbrio e mede como a vertigem e o desequilíbrio afetam a qualidade de vida de um indivíduo; essa é uma escala de 25 itens criada para avaliar o efeito da vertigem e da instabilidade sobre os aspectos funcionais, emocionais e físicos da vida cotidiana.8 A capacidade para detectar uma mudança clínica mínima em uma variável ao longo do tempo é a capacidade de resposta; o DHI e o SF‐36 oferecem a oportunidade de comparar a capacidade de resposta desses dois instrumentos de medição da QVRS de pacientes com disfunção vestibular.9

O objetivo deste estudo foi determinar a relação entre deficiência e QVRS em pacientes com vertigem unilateral aguda de origem periférica e analisar incapacidades funcionais, emocionais e físicas antes e depois do tratamento vestibular.

Método

Um estudo prospectivo randomizado foi feito em indivíduos com diagnóstico de distúrbios vestibulares periféricos unilaterais agudos. Todos os pacientes foram submetidos a um teste personalizado de 36 itens de pesquisa de saúde na qualidade de vida, o 36‐Item Short‐Form Health Survey (SF‐36) e o Dizziness Handicap Inventory (DHI), para avaliar a deficiência. Todos os pacientes responderam ao SF‐36 e DHI, tanto no início como no fim do seguimento (SF‐36: basal e um mês de seguimento; DHI: basal, sete dias, 14 dias e um mês de seguimento). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Medicina e Farmácia (Referência n° 200/8.05.2015).

Os distúrbios periféricos vestibulares unilaterais foram classificados por tipo de distúrbio vestibular periférico em cinco grupos: neurite vestibular, doença de Ménière, vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), disfunção cócleo‐vestibular (exceto doença de Ménière) ou outro tipo de vertigem periférica aguda (como enxaqueca vestibular).

Neurite vestibular foi diagnosticada como uma disfunção aguda e sustentada do sistema vestibular periférico unilateral, com sintomas secundários como náusea, vômitos, vertigens e função auditiva preservada. Os sintomas geralmente se iniciam com um súbito ataque de vertigem (sensação de balançar ou girar) ou tonturas, muitas vezes acompanhado de dificuldade de visão ou equilíbrio, que podiam variar de leve tontura a um giro violento ou sensação de rodopio. Os sintomas mais graves geralmente duraram alguns dias. Sintomas menos graves diminuem gradualmente ao longo de várias semanas e alguns pacientes se recuperam completamente.

Uma crise típica da doença de Ménière é precedida pela sensação de plenitude em uma das orelhas; raramente ocorrem flutuações ou alterações auditivas como o zumbido. Um episódio ou “ataque” de doença de Ménière geralmente envolve vertigem grave (sensação de rodopio), desequilíbrio, náuseas e vômitos, bem como a redução aguda da audição. A crise dura em média de duas a quatro horas.

A VPPB inclui tontura ou vertigem, atordoamento, desequilíbrio e náuseas. As atividades que causam os sintomas variam entre indivíduos, mas, em nossos pacientes, os sintomas foram quase sempre desencadeados por uma mudança de posição da cabeça em relação à gravidade.

A disfunção cócleo‐vestibular incluiu pacientes com vertigem aguda de origem periférica associada com perda auditiva ou zumbido agudo que não eram elegíveis para o grupo da doença de Ménière.

Outro tipo de vertigem periférica aguda refere‐se à vertigem associada à enxaqueca. A apresentação clínica de sintomas vestibulares que muitas vezes se correlacionam com a enxaqueca incluem: tonturas; intolerância ao movimento em relação a cabeça, olhos e/ou corpo; episódios espontâneos de vertigem (muitas vezes acompanhados de náuseas e vômitos); foco ocular diminuído com fotossensibilidade; sensibilidade ao som e zumbido; perda do equilíbrio e ataxia; cervicalgia (dor no pescoço), com espasmos musculares associados na musculatura da coluna cervical superior; confusão com cognição alterada; desorientação espacial; e ansiedade/pânico.

Esses indivíduos foram tratados no Departamento de Otorrinolaringologia do Emergency County Hospital, entre janeiro e dezembro de 2015. Os pacientes assinaram um termo de consentimento informado e aceitaram tanto a participação no estudo quanto o cronograma de acompanhamento antes do início das avaliações. Todos os pacientes foram submetidos a avaliação otorrinolaringológica e histórico médico completos, exame neurológico, avaliação otológica e audiológica com medidas de impedância e potenciais evocados auditivos, testes vestibulares, inclusive videonistagmografia, prova calórica, tomografia computadorizada ou ressonância magnética, quando apropriado. Foram excluídos indivíduos que apresentavam alterações vestibulares centrais; “tontura” sem diagnóstico de distúrbio vestibular periférico unilateral agudo; indivíduos com diagnóstico clínico de doenças degenerativas neurológicas e/ou doença cerebelar ou vertigem pós‐traumática; pacientes que tinham recebido reabilitação vestibular prévia ou recebiam a reabilitação vestibular ou aqueles que faziam uso de medicação antivertiginosa antes da apresentação. Foram coletadas informações, tais como características demográficas (idade, sexo, origem), e dados clínicos (tipo de distúrbio vestibular periférico: VPPB, doença de Ménière, outro distúrbio cócleo‐vestibular, neurite vestibular e outros tipos de vertigem periférica aguda), uso de medicamentos (sim ou não) e comorbidades associadas.

O Short‐Form Health Survey (SF‐36) é um questionário de saúde validado com um formulário composto por 36 itens.10 O SF‐36 mede a saúde em oito dimensões com multi‐itens, que abrangem o estado funcional, o bem‐estar e a avaliação geral de saúde: estado funcional com a função física (dez itens), função social (dois itens), limitações de função (problemas físicos) (quatro itens), limitações de função (problemas emocionais) (três itens), bem‐estar com a saúde mental (cinco itens), vitalidade (quatro itens), dor (dois itens) e avaliação geral da saúde com a percepção geral de saúde (seis itens). Para cada variável, os escores dos itens são codificados, somados e transformados em uma escala de 0 (pior estado possível de saúde medido pelo questionário) a 100 (melhor estado de saúde possível). É uma medida genérica de saúde, em vez de uma medida doença‐específica.

O DHI foi desenvolvido por Jacobson et al. em 19906 e é uma ferramenta usada para quantificar o impacto da vertigem nas atividades e situações da vida diária. O Dizziness Handicap Inventory (DHI) é uma escala validada de 25 itens de autopercepção de deficiência, desenvolvida para avaliar o efeito da tontura e do desequilíbrio na qualidade de vida.10 Os itens são agrupados em três subescalas que avaliam os efeitos da tontura e do desequilíbrio nos aspectos emocionais, funcionais e físicos de vida diária. Para cada item existem três respostas possíveis: não; às vezes; e sim, que resultam, respectivamente, em 0; 2 e 4 pontos.

Há sete perguntas que avaliam aspectos físicos, nove questões emocionais e nove questões funcionais. Um escore total de 100 corresponde à pior deficiência autopercebida; e um escore total de 0, à ausência de deficiência. Como pode não ser adequado usar as três subescalas separadamente, somente o escore total do DHI foi usado para interpretação. Os pacientes foram submetidos aos questionários durante uma entrevista no Departamento de Otorrinolaringologia e os dados foram coletados para o cálculo da deficiência em função do distúrbio vestibular unilateral agudo, de acordo com o sexo (fig. 1).

Figura 1.

Função da deficiência no distúrbio vestibular unilateral agudo de acordo com o gênero.

(0,16MB).

Todos os testes estatísticos foram feitos com o software Statistica, versão 8.0 (StatSoft, Inc. 2300 East 14th Street, Tulsa, OK 74104). As variáveis categóricas foram expressas com porcentagem e associadas a intervalos de confiança de 95%, calculados a partir de uma fórmula exata.11 As percentagens dos grupos foram comparadas com o uso do teste Z para proporções. As variáveis numéricas foram expressas como média±desvio padrão e sempre que os dados mostraram uma distribuição normal e mediana e IIQ (Q1‐Q3, onde Q1=percentil 25 e Q3=percentil 75) de outra forma. As médias de dois grupos para variáveis com distribuição normal e não normal foram comparadas com o teste t de Student para grupos independentes, teste t de Student pareado e teste U de Mann‐Whitney, respectivamente. O teste Anova de Friedman foi aplicado para comparar dados numéricos longitudinais não normais distribuídos em amostras dependentes. O valor de p bicaudal inferior a 0,05 indicou significância estatística.

Resultados

Cem indivíduos completaram o estudo (avaliações basal e de acompanhamento), com maior número significativo de mulheres em relação aos homens (72% [62,01‐80,99] vs. 28% [19,01‐37,99]; Z‐estatística=−9,80, p<0,0001). A idade dos pacientes variou entre 28 e 71 anos (47,78±14,74), sem diferença significativa (estatística t=−0,6501, p=0,5172) entre mulheres (47,18±14,91) e homens (49,32±14,46). Para ambos os sexos, a maioria dos pacientes tinha de 51 a 60 anos (29,17% [19,46‐41,65] entre as mulheres vs. 39,29% entre os homens [21,56‐60,59]), seguido por 31 a 40 anos (20,83% [12,52‐31,92] em mulheres vs. 25.00% entre homens [10,84‐46,3]). Uma significativa (Z‐estatística=−12,83, p<0,0001) e maior percentagem dos pacientes era de áreas urbanas (77% [68,01‐84,99]) em comparação com as áreas rurais (23% [15,01‐31,99]).

Em ambos os sexos, o diagnóstico mais frequente foi neurite vestibular. A maior percentagem significativa de mulheres foi diagnosticada com doença de Ménière em relação aos homens (11,11% vs. 3,57%; Z‐estatística=−2,40, p=0,0164), sem outras diferenças significativas entre os sexos (p>0,05). A classificação da deficiência de acordo com o DHI e diagnóstico ao longo do tempo é apresentada na figura 2.

Figura 2.

Deficiência de acordo com DHI e diagnóstico.

(0,33MB).

Em cada domínio de tontura do DHI foram observadas diferenças significativas entre os pares de domínios investigados em homens e mulheres (ver Anova de Friedman na tabela 1, p<0,0001). Houve diferença estatística significativa para cada parâmetro do escore do DHI (emocional, funcional e físico) entre a linha de base e após um mês (tabela 1), tanto em homens quanto em mulheres, mas com diferença estatística significativa entre sete e 14 dias.

Tabela 1.

Escores do DHI basais, aos sete e 14 dias e um mês

Área  Mulheres  Homens  Mann‐Whitney(p‐valor) 
Emocional
Basal  13 (6–20)  15 (6–22)  1,15 (0,2481) 
7 dias  10 (4–18)  11 (4–18)  1,07 (0,2824) 
14 dias  6 (0–10)  8 (2–12,5)  0,66 (0,5061) 
1 mês  2 (0–4)  5 (2–8,5)  0,77 (0,4439) 
Friedman Anova (p‐valor)  183,83 (< 0,0001)  65,53 (< 0,0001)   
Concordância de Kendall  0,849  0,772   
Funcional
Basal  22 (14–28)  21 (16–29)  1,16 (0,2452) 
7 dias  17 (10–24)  18 (15–26)  1,61 (0,1083) 
14 dias  8 (4–12)  11 (7,5–17)  1,80 (0,0714) 
1 mês  4 (2–8)  8 (4–12,5)  0,98 (0,3267) 
Friedman Anova (p‐valor)  205,44 (< 0,0001)  73,96 (< 0,0001)   
Concordância de Kendall  0,9504  0,8671   
Física
Basal  18 (12–22,5)  17 (12–22,5)  1,05 (0,2959) 
7 dias  14 (8–20)  14 (9,5–18,5)  1,33 (0,1849) 
14 dias  6 (4–10)  8 (3,5–12)  0,79 (0,4278) 
1 mês  2 (0–4)  4 (2–8)  −0,49 (0,6213) 
Friedman Anova (p‐valor)  203,03 (< 0,0001)  69,61 (< 0,0001)   
Concordância de Kendall  0,9391  0,8223   
Total
Basal  51 (35,5–70)  47 (39–70)  1,26 (0,2064) 
7 dias  42 (26–58,5)  43 (29,5–59)  1,68 (0,0938) 
14 dias  22 (10–32)  24 (17,5–42)  1,47 (0,1410) 
1 mês  10 (4–18,5)  17 (10–27)  0,54 (0,5899) 
Friedman Anova (p‐valor)  210,92 (< 0,0001)  77,03 (< 0,0001)   
Concordância de Kendall  0,9762  0,914   

Em cada domínio do SF‐36 foram observadas diferenças significativas entre os pares de domínios investigados em mulheres e homens, com exceção de saúde mental, após um mês em homens (ver teste de Mann‐Whitney, teste t de Student pareado na tabela 2, p<0,0001). Foi encontrada diferença estatisticamente significante para todos os oito parâmetros do escore do SF‐36 entre a linha de base e após um mês, em homens e mulheres; a exceção foi a percepção de saúde mental em homens, sem diferença estatística significativa entre a linha de base e após um mês (teste t de Student, p=0,1966) (tabela 2).

Tabela 2.

Escores do SF‐36 basais e após um mês

Área  Todas  Mulheres  Homens  p‐valor 
Saúde físicaFunção física (FF)a
Basal  550,0 (350,0–750,0)  550,0 (337,5–550,0)  625,0 (387,5–787,5)  −0,74 (0,4611) 
1 mês  900,0 (800,0–1000,0)  900,0 (800,0–900,0)  900,0 (700,0–962,5)  0,26 (0,7970) 
Estatísticas(p‐valor)  9,70 (< 0,0001)  8,19 (< 0,0001)  5,00 (< 0,0001)   
Papel físico (PF)a
Basal  0,0 (0,0–200,0)  0,0 (0,0–0,0)  0,0 (0,0–200,0)  0,10 (0,9205) 
1 mês  400,0 (400,0–400,0)  400,0 (400,0–400,0)  400,0 (75,0–400,0)  0,83 (0,4070) 
Estatísticas(p‐valor)  7,88 (< 0,0001)  6,72 (< 0,0001)  3,88 (0,0001)   
Dor corporal (DC)a
Basal  90,0 (65,0–135,0)  90,0 (65,0–90,0)  112,5 (88,8–136,3)  −0,95 (0,3431) 
1 mês  140,0 (135,0–180,0)  140,0 (130,0–140,0)  155,0 (135,0–185,0)  −0,33 (0,7413) 
Estatísticas(p‐valor)  9,06 (< 0,0001)  7,75 (< 0,0001)  4,51 (< 0,0001)   
Saúde geral (SG)b
Basal  276,00±102,37  272,92±105,13  283,93±96,28  −0,48 (0,6315) 
1 mês  417,25±65,20  414,93±65,90  423,21±64,16  −0,57 (0,5710) 
Estatísticas(p‐valor)  −17,08 (<0,0001)  −13,76 (<0,0001)  −10,55 (<0,0001)   
Vitalidade da saúde mental (VT)a
Basal  200,0 (120,0–245,0)  200,0 (140,0–200,0)  210,0 (120,0–245,0)  −0,02 (0,9816) 
1 mês  320,0 (280,0–340,0)  320,0 (280,0–320,0)  320,0 (280,0–345,0)  −0,45 (0,6561) 
Estatísticas(p‐valor)  9,80 (< 0,0001)  8,25 (< 0,0001)  5,10 (< 0,0001)   
Papel emocional (PE)a
Basal  0,0 (0,0–300,0)  0,0 (0,0–300,0)  100,0 (0,0–300,0)  −1,21 (0,2281) 
1 mês  300,0 (300,0–300,0)  300,0 (300,0–300,0)  300,0 (300,0–300,0)  −0,27 (0,7882) 
Estatísticas(p‐valor)  7,08 (< 0,0001)  6,18 (< 0,0001)  3,18 (0,0015)   
Função social (FS)a
Basal  100,0 (75,0–125,0)  100,0 (75,0–100,0)  87,5 (75,0–162,5)  −0,40 (0,6897) 
1 mês  175,0 (150,0–200,0)  175,0 (150,0–175,0)  175,0 (150,0–200,0)  −1,17 (0,2417) 
Estatísticas(p‐valor)  9,38 (< 0,0001)  8,19 (< 0,0001)  4,36 (< 0,0001)   
Saúde mental (SM)b
Basal  341,20±70,89  335,28±73,50  356,43±62,31  −1,35 (0,1817) 
1 mês  355,00±66,14  350,83±67,21  365,71±63,21  −1,01 (0,3148) 
Estatísticas(p‐valor)  −3,24 (0,0016)  −2,95 (0,0043)  −1,32 (0,1966)   
a

Mediana (intervalo interquartil expresso como Q1–Q3), teste do sinal na comparação de fileiras entre basal e um mês) e teste de Mann‐Whitney na última coluna (comparações entre mulheres e homens).

b

Média ± desvio padrão, teste t de Student pareado na fileira (comparação entre basal e um mês) e teste t para amostras independentes na última coluna (comparações entre mulheres e homens).

Os escores pré‐tratamento funcionais, emocionais e físicos foram significativamente maiores em pacientes com DM do que em pacientes com neurite vestibular ou VPPB (o que leva à conclusão de que pacientes com DM parecem enfrentar maior inconveniência em suas vidas diárias); (Spearman, p<0,05). A correlação entre os escores do DHI e SF‐36, de acordo com o tipo de diagnóstico, mostrou que o coeficiente de correlação de Spearman foi de correlação moderada com os escores totais de ambos os instrumentos. Os valores negativos indicam inversões de escore nas respostas de um instrumento relativo ao outro (tabela 3).

Tabela 3.

Correlações entre os escores de DHI e SF‐36 de acordo com o diagnóstico (n=100)

Pares de variáveis  Coeficiente de correlação de Spearman  p‐nível 
E & FF  −0,4039  < 0,0001 
E & PF  −0,3498  0,0004 
E & PE  −0,4129  < 0,0001 
E & VSM  −0,3333  0,0007 
E & SM  −0,4034  < 0,0001 
E & FS  −0,4240  < 0,0001 
E & DC  −0,2939  0,0030 
E & SG  −0,2511  0,0117 
FU & FF  −0,5529  < 0,0001 
FU & PF  −0,3697  0,0002 
FU & PE  −0,3766  0,0001 
FU & VSM  −0,2610  0,0087 
FU & SM  −0,3877  0,0001 
FU & FS  −0,3310  0,0008 
FU & DC  −0,3313  0,0008 
FU & SG  −0,2868  0,0038 
F & FF  −0,5289  0,0000 
F & PF  −0,2512  0,0117 
F & PE  −0,2502  0,0120 
F & VSM  −0,1548  0,1241 
F & SM  −0,2863  0,0039 
F & FS  −0,2061  0,0397 
F & DC  −0,2895  0,0035 
F & SG  −0,1500  0,1363 
Total & FF  −0,5830  < 0,0001 
Total & PF  −0,3948  < 0,0001 
Total & PE  −0,4242  < 0,0001 
Total & VSM  −0,3045  0,0021 
Total & SM  −0,4484  < 0,0001 
Total & FS  −0,3894  < 0,0001 
Total & DC  −0,3531  0,0003 
Total & SG  −0,2819  0,0045 

Variáveis do DHI: E, emocional; F, físico; FU, funcional.

Variáveis do SF‐36: DC, dor corporal; FF, função física; FS, função social; PE, papel emocional; PF, papel físico; SG, saúde geral; SM, saúde mental; VSM, vitalidade da saúde mental.

Discussão

O objetivo desta pesquisa foi determinar a relação entre deficiência e QVRS em pacientes com vertigem unilateral aguda de origem periférica, antes e após o tratamento vestibular. Além da correlação obtida na maioria das respostas fornecidas pelos participantes, as variáveis de ambos os questionários mostraram um comportamento inverso: maior deterioração da qualidade de vida expressa por baixos escores foi correlacionada com maior grau de deficiência expressa por escores altos, e vice‐versa.

Em nosso estudo, a maior melhoria no escore total das escalas DHI e SF‐36 um mês após o tratamento foi observada em pacientes com neurite vestibular e VPPB, duas condições bastante tratáveis. Observamos também boa melhoria de qualidade no escore total do DHI para a doença de Ménière após um mês, em comparação com outras síndromes cócleo‐ vestibulares ou enxaqueca vestibular. É necessário especificar que administramos injeções de solumedrol transtimpânicas em todos os pacientes com DM, com muito bons resultados nos sintomas acústicos e bom resultado, também, para vertigem; outra possível explicação para esses resultados pode ser o fato de a fisiopatologia da DM como doença da orelha interna ser muito mais concebível para o paciente individualmente do que a enxaqueca, um distúrbio cerebral bastante complexo.5 As correlações entre as categorias internas de ambos os questionários usados em nosso estudo mostraram que a maioria deles apresentou relações moderadas. As três escalas do SF‐36 mais relacionadas com a saúde mental obtiveram correlação com o escore emocional do DHI.

Na literatura, o tipo de disfunção vestibular periférica que ocorre com mais frequência é a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB).12 Observamos que o diagnóstico mais frequente em ambos os sexos foi neurite vestibular.

Em nosso estudo, 72% da amostra eram mulheres, o que coincide com autores que descreveram a prevalência de sintomas vestibulares em mulheres por várias razões, como a menopausa, a osteoporose e as doenças cardiovasculares e metabólicas, que causam sintomas de tontura.13 Entretanto, Obermann et al.5 consideraram que o viés de seleção de mulheres mais velhas pode ter influenciado nos resultados do estudo e, consequentemente, na sua interpretação.

Como em nosso estudo de caso‐controle, as amostras usadas em estudos anteriores também diferiram na etiologia da tontura e falta de equilíbrio.14–16 Por exemplo, pacientes com a doença de Ménière caracteristicamente sofrem ataques imprevisíveis de sintomas e têm alta incidência de comorbidades, como distúrbios de ansiedade e depressão, e, como resultado, com frequência desenvolvem comportamento de fuga, o que pode conduzir a limitações em sua participação.

As medidas da QVRS variam entre os indivíduos, porque é um construto dinâmico que contém interações contínuas entre os pacientes e seu meio ambiente e inclui aspectos físicos, mentais e sociais.17,18 Portanto, é oportuno examinar a interação entre as doenças, as mudanças que ocorrem na vida do indivíduo, as contribuições sociais recebidas e percebidas e a fase da vida na qual a doença ocorre. A maioria dos estudos sobre a QVRS relata boa eficácia do tratamento da VPPB na primeira semana, mas Obermann et al. apontaram resultados muito bons após dois anos de seguimento.5 Em um estudo com 25 pacientes com tontura e hipótese diagnóstica de síndrome vestibular periférica, Ganança et al.19 mostraram que pacientes com tontura crônica apresentavam pior qualidade de vida em relação aos aspectos físicos, funcionais e emocionais de suas vidas, identificados no DHI brasileiro.

Nossos resultados mostraram melhores respostas após um mês, com diferença estatística significativa entre sete e 14 dias.

A avaliação da qualidade de vida pode ser usada em práticas diárias para medir a contribuição do tratamento clínico na diminuição do impacto das doenças crônicas sobre a rotina diária dos pacientes.

Nosso estudo tem algumas limitações. Em primeiro lugar, o pequeno número de pacientes, o que nos impede de chegar a uma conclusão definitiva. Em segundo lugar, o viés de seleção (mulheres mais velhas e exclusão de casos muito levemente afetados encaminhados a clínicos gerais), que pode ter uma influência importante sobre os resultados.

Conclusão

O DHI e o SF‐36 são úteis, provaram ser instrumentos práticos e válidos para avaliar o impacto da tontura na qualidade de vida de pacientes com distúrbios vestibulares periféricos unilaterais. A relação entre a deficiência e a QVRS de acordo com o tipo de diagnóstico apontou uma correlação moderada com os escores totais de ambos os instrumentos, antes e após o tratamento vestibular.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

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Como citar este artigo: Petri M, Chirilă M, Bolboacă SD, Cosgarea M. Health‐related quality of life and disability in patients with acute unilateral peripheral vestibular disorders. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:611–8.

A revisão por pares é da responsabilidade da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico‐Facial.

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