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Vol. 86. Núm. 4.
Páginas 393-394 (Julho - Agosto 2020)
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Editorial
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Smell and taste disorders: warning signs for SARS‐CoV‐2 infection
Transtornos do olfato e do paladar: sinais de alerta para infecção por SARS‐CoV‐2
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Klinger Vagner Teixeira da Costaa,
Autor para correspondência
klingercostamcz@gmail.com

Autor para correspondência.
, Aline Tenório Lins Carnaúbab
a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Maceió, AL, Brasil
b Centro Universitário Cesmac, Maceió, AL, Brasil
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O Brasil, o segundo país mais populoso das Américas, enfrenta uma crise de saúde pública com mais de 66 mil casos confirmados e cinco mil mortes por Covid‐19. Devido à demanda mundial por testes para identificar pacientes infectados com SARS‐CoV‐2, as estratégias sanitárias são profundamente prejudicadas pela falta de testes que possam orientar o isolamento correto e imediato de casos positivos de Covid‐19. Nas últimas semanas, observou‐se que a perda de olfato/paladar associada à Covid‐19 tem sido uma queixa frequente e, principalmente, identificada quando se avalia o paciente com ferramentas apropriadas. No entanto, quão úteis são esses sintomas na prática clínica e, principalmente, na ausência de testes para SARS‐CoV‐2?

Em estudo recente, Menni et al.1 mostraram que a combinação de perda de olfato/paladar, febre e tosse era preditiva para teste positivo para Covid‐19 com sensibilidade de 0,54 (0,44; 0,63), especificidade 0,86 (0,80; 0,90) e, em geral, a perda de olfato/paladar teve um valor preditivo positivo de 61,7%.

Um estudo multicêntrico europeu também mostrou que anosmia e ageusia estavam independente e fortemente associados à positividade para Covid‐19 (anosmia: aOR=10,9; 95% IC: 5,08?23,5; ageusia: aOR=10,2; 95% IC: 4,74?22.1).2 No Brasil, sem testes suficientes para uma avaliação populacional maciça, principalmente em regiões com poucos recursos diagnósticos e pobres, a recomendação para isolar um paciente com queixa de anosmia/ageusia, já a partir da própria consulta médica, torna‐se uma estratégia de saúde pública para tentar controlar a propagação do vírus.

De fato, a perda de olfato/paladar não depende de obstrução nasal/rinorreia e pode começar antes mesmo dos sinais/sintomas de Covid‐19. Torna‐se sinal de alerta mesmo em pacientes oligossintomáticos. Principalmente no estágio inicial da doença, quando ocorrem alta reprodução e transmissibilidade do vírus; a recuperação do olfato/paladar, quando há, geralmente ocorre nas duas primeiras semanas após a resolução do Covid‐19.3 Entretanto, semana a semana surgem novas interpretações. Acreditamos que a valorização e o questionamento ativo ao paciente acerca de distúrbios olfatório/gustatório podem ajudar, não apenas aos otorrinolaringologistas, mas toda a equipe de saúde que trabalha na linha de frente no controle da pandemia.

Conflitos de interesse

Os autores declaram não haver conflitos de interesse

Referências
[1]
C. Menni, A. Valdes, M.B. Freydin, S. Ganesh, J.E.-S. Moustafa, A. Visconti, et al.
Loss of smell and taste in combination with other symptoms is a strong predictor of Covid‐19 infection.
medRxiv., (2020),
[2]
C.H. Yan, F. Faraji, D.P.P. Bs, C.E. Boone, A.S. Deconde.
(a). Association of Chemosensory Dysfunction and Covid‐19 in Patients Presenting with Influenza‐like Symptoms.
Int Forum Allergy Rhinol, 10 (2020), pp. 806-813
[3]
J.R. Lechien, C.M. Chiesa-Estomba, D.R. De Siati, M. Horoi, S.D. Le Bon, A. Rodriguez, et al.
Olfactory and gustatory dysfunctions as a clinical presentation of mild‐to‐moderate forms of the coronavirus disease (Covid‐19): a multicenter European study.
Eur Arch Otorhinolaryngol., 277 (2020), pp. 2251-2261

Como citar este artigo: Costa KV, Carnaúba AT. Smell and taste disorders: warning signs for SARS‐CoV‐2 infection. Braz J Otorhinolaryngol. 2020;86:393–4.

Copyright © 2020. Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial
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Brazilian Journal of Otorhinolaryngology
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